Matéria: Teatro independente

Teatro independente
As dificuldades que grandes atores sofrem sem um patrocínio teatral

São conhecidos dois tipos de teatro: o patrocinado e o independente. O primeiro possui um forte apoio midiático na divulgação e ajuda financeira de algumas instituições. Já o segundo pode até conseguir divulgação, mas sempre trabalha de modo mais simples por não ter tanta verba.

Além desse problema “comercial”, o teatro independente sofre por falta de público. As pessoas são muito influenciadas pelos meios de comunicação, escolhendo assim peças com atores renomados e em locais famosos, sem se interessar primeiramente pela apresentação em si.

Wellington Dias de Melo, 32 anos, diretor e professor de teatro, comenta sobre o assunto: “Sem uma referência, as pessoas ainda se guiam pela mídia, e muitas companhias alugam a imagem de celebridades só para ter um rótulo mais chamativo”.

O cenário precário e, muitas vezes, a localização ruim do ambiente teatral também são obstáculos para quem trabalha nesse meio artístico. Algumas pessoas não assistem aos eventos sem patrocínio por não gostar dos cenários “pobres”, dos assentos duros e até mesmo por acreditar e se incomodar que, por ser um evento barato, possa entrar qualquer pessoa, inclusive bandidos e drogados. A estudante de Rádio e TV e espectadora Beatriz Sichetti, 19 anos, afirma: “Pessoas que costumam frequentar teatros com patrocínio e de alta qualidade, com certeza sentem falta de uma boa iluminação e acomodação local”.

Apesar dos comentários, essa simplicidade parece não interferir na hora da ação. Os bons atores continuam se dedicando às peças menos divulgadas e fazem isso por amor. Um exemplo dessa gana é o ator Diegho Kozievitch, 27 anos. Comentando sobre o apoio no teatro independente, Diegho diz: “Os patrocínios que conseguimos são poucos na forma de dinheiro. Quando você faz trabalhos dessa forma, geralmente o lucro vem da bilheteria mesmo, para os envolvidos dividirem”.

A melhor solução para o caso seria uma seleção adequada de onde investir o dinheiro governamental destinado à cultura. Segundo o Sistema Estadual de Financiamento e Incentivo às Atividades Culturais, no ano passado foram gastos R$ 28 milhões com cultura, mas deve ser lembrado que a maior parte dessa ajuda é destinada aos eventos teatrais midiáticos.

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