Matéria: Umbanda
Fé no Deus, Oxalá e orixás
“A Umbanda não é nada disso que você está pensando. Ela sincretiza vários elementos africanos, indígenas, espíritas e católicos, como o culto aos antepassados e os elementos da natureza. Acreditamos no Deus supremo, Jesus Cristo, chamado de Oxalá, e nos orixás, deuses que simbolizam os santos da igreja católica.” É assim que os umbandistas defendem a sua fé na sua religião, que já foi mal interpretada e até discriminada pela má conduta de alguns adeptos que realizam sacrifícios de animais, atos de magia negra, cobranças e falsas incorporações.
A religião, que significa “O conjunto das leis divinas”, foi fundada em 1908, mas só foi legalizada em 1945, já que na época não havia liberdade religiosa e tudo o que se assemelhava a rituais afros era condenado.
Sati Ribeiro Marque, 19 anos é umbandista desde os 16, e não sabe explicar ao certo por que escolheu essa religião: “Foi como uma ligação, eu entrei e me identifiquei. A Umbanda é um mundo sem preconceito”, pondera. Ela freqüenta a Casa Encontro da Paz Nossa Senhora Rosa Mística e faz um curso de magia branca no Colegio de Tradição e Magia Divina. “Estou aprendendo a atender pessoas, direcionando energias do universo, as irradiações divinas, para qualquer área afetada, como saúde e trabalho”, conta.
A Umbanda prega a paz e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Devido à espiritualidade elevada os umbandistas respeitam e aceitam toda manifestação de fé, independente da religião. Seu lema é “Dê de graça o que de graça recebestes. Com amor, humildade, caridade e fé.”
“Nosso principal objetivo é ajudar ao próximo sem contrapartida, sem cobrar nada. Quem entra nesta religião por amor não consegue sair, pois esse amor se multiplica”, completa.
Algum tipo de preconceito que as pessoas carregam sobre a Umbanda se deve também ao fato de poder ser confundida com outras religiões afrodescendentes e suas condutas, como é o caso do Candomblé.
Candomblé e Umbanda têm culturas bastante diferentes. Nas incorporações, por exemplo, os candomblecistas trabalham com orixás e os umbandistas, com entidades como Exu, baianos, sereias, erês (espíritos de criança), etc.
Outra diferença marcante é que o Candomblé cobra as ditas consultas espirituais e os trabalhos, já que o Pai-de-Santo vive apenas disso. E a oferenda, que é a comida do orixá, geralmente é feita com o sacrifício de animais.
A Umbanda tem seu culto realizado em terreiros ou Centros, onde fazem as giras ou trabalhos. Por respeito, o umbandista de um determinado terreiro não pode frequentar outro.
Nos cultos, entidades descem em terra e, através da essência do fumo e da bebida alcoólica, conseguem trabalhar, conversando e resolvendo problemas dos consulentes. “O terreiro funciona como um hospital espiritual”, diz Sati.
Cada entidade fuma algo diferente e todas têm seus instrumentos, por exemplo, um caboclo fuma charuto e tem penachos, chocalhos e arco e flecha, já uma preta-velha, usa saia e fuma cachimbo. Os erês não fumam, nem bebem álcool. Como são crianças, comem doces e tomam refrigerante.
Os umbandistas não costumam ler a Bíblia, “pois ela foi escrita por um homem e o homem poderia colocar o que quisesse nela. No geral, o ensinamento é passado diretamente pelas entidades”, lembra Sati. Para concluir ela afirma que ter fé é acreditar, “e essa é a base de tudo na Umbanda.”
Jornal "Novo Momento" (FiamFaam) - Ano 33 - Maio 2011 - Nº 144
Boa noite, primeira vez que venho aqui. Achei bem bacana. Sobre o assunto tenho pouquíssimo conhecimento para um comentário ou uma colocação. Gostei da forma como foi tratada e exposta as características da religião, tenho lá minhas discordâncias que não vem ao caso haha. Está de parabéns sobre a matéria, é um grande começo para um futuro promissor.
ResponderExcluirCaraaaaaaalho Drika! Que ESTOOOOOOOOOOURO! Hahahahahahahhahaa. Mano, adorei! E o que eu consegui ler, adorei mais ainda! A gente precisa marcar de se ver, pra eu pegar com você. Nossaaaaaaa meu. Fiquei MEGA feliz! Hahahahahahaha
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