Entrevista: Diegho Kozievitch
Foto: Divulgação
O ator e músico Diegho Bueno Kozievitch, curitibano e formado em Rádio e TV, já trabalhou em filmes, teatros e em mais de 40 comerciais. Começou sua carreira aos 7 anos e é conhecido por ter protagonizado Nino Stradivarius no filme Castelo Rá-Tim-Bum e pelo personagem Sputnik no programa TV Cruj.
Atualmente faz parte do seriado São Paulo 9mm (FOX) e está no elenco do longa Curitiba Zero Grau que deve estreiar no 2º semestre deste ano.
Para a elaboração da matéria sobre Teatro Independente, Diegho deu sua ajuda em uma pequena entrevista. Aproveitando o novo projeto da Lei Rouanet, achei interessante mostrar um pouquinho da opinião dele.
Quem quiser saber mais sobre esse novo projeto da Rouanet: http://migre.me/iRFe
Atualmente faz parte do seriado São Paulo 9mm (FOX) e está no elenco do longa Curitiba Zero Grau que deve estreiar no 2º semestre deste ano.
Para a elaboração da matéria sobre Teatro Independente, Diegho deu sua ajuda em uma pequena entrevista. Aproveitando o novo projeto da Lei Rouanet, achei interessante mostrar um pouquinho da opinião dele.
Quem quiser saber mais sobre esse novo projeto da Rouanet: http://migre.me/iRFe
É difícil conseguir patrocínio para uma peça de teatro?
Olha, é tudo uma questão também de 'jogo'. Eu, por exemplo, já trabalhei bastante em ambas as situações e sei que quando você não tem lei de incentivo, normalmente os patrocínios que você consegue são poucos na forma de dinheiro. Geralmente até consegue-se algum dinheiro para produzir. Quando fiz peça na raça, cheguei a conseguir 7 mil reais em patrocínios, porém tinha conseguido alguns meios de comunicação para divulgar o flyer (Gazeta do Povo e Ric TV) e com isso fica um pouco mais fácil você convencer uma empresa a lhe dar dinheiro, pois ela vai vincular em meios de comunicação além do flyer de papel. Mas quando você faz trabalhos dessa forma, normalmente o lucro vem de bilheteria mesmo, para os envolvidos dividirem. O que geralmente consegue-se são apoios como alimentação (restaurantes patrocinando), coisas em função da produção seja de cenário, figurino, etc, vai da sua propaganda e da estrutura de um bom projeto de patrocínio, pensando a quem você pode vender o produto. Já quando você tem a lei, tudo fica mais fácil. Você recebe um valor pelo tempo de ensaio, que gira em torno do mínimo que o sindicato de atores estabelece, e recebe por apresentação. Digamos que parte vem da Lei e um pouco da apresentação, e claro que você também pode conseguir os mesmos privilégios que citei acima quando falamos sobre peças sem Lei.
Existe muita diferença entre um ator de teatro patrocinado e um ator de teatro sem apoio?
A diferença fica naquilo citado na pergunta acima, você tem um valor que, por exemplo, aqui no Paraná fica em 800 e poucos reais, mas tem descontos. E mais do que isso, não só o fato de peças com lei ou sem lei interfere, mas também a companhia que você trabalha, pessoas que já tem mais nome, teatro em locais bons, apoio de televisão, rádio, bastante flyer... isso faz com que você consiga muitas outras coisas como, por exemplo, os apoios com a alimentação etc.
O que a mudança da Lei Rouanet pode interferir no teatro?
Não sei bem tudo que mudou na Lei, mas sei que a Rouanet tem sido muito procurada por pessoas que conheço e estou trabalhando, a Funarte também. E inclusive está rolando um abaixo assinado com muitos nomes por toda classe artística para ser mandado ao governador para haver melhoras na Lei estadual, com mais incentivo, com todo um projeto de onde pode ser arrecadada essa verba. Acredito que haja retorno nisso, mas não sei te dizer especificamente sobre as mudanças ocorridas.
Você acha que faltam leis de incentivo à cultura?
Acredito que não. Sinceramente o que falta são empresas que entendam melhor a maneira de arrecadação de impostos e percebam que vale a pena investir nesse formato de divulgação do seu produto, pois ainda são poucas as empresas que patrocinam teatro, cinema e televisão. Hoje, por exemplo, no cinema, apesar de termos algumas formas de arrecadação, a Petrobrás é a única grande empresa nacional que tem um bom projeto de incentivo a cultura com editais para várias áreas, porém ainda é pouco, são muito poucas as empresas que estão acreditando nessa forma de divulgação e de abatimento de imposto.
Você nota que o público busca mais as peças com artistas renomados?
Não creio que busquem apenas artistas renomados, mas claro que isso vende bem. Sempre vejo o teatro positivo trazendo grandes nomes. Aliás, virou uma grande forma de produção para empresas aqui. Antes muitas empresas do 'ramo' lidavam só com eventos como shows musicais e hoje, vejo várias pessoas acreditando e trazendo grande peças do eixo Rio - SP. Mas mais do que essa busca a peças com artistas de renome, acredito que o Curitibano, pelo menos, só vai bastante ao teatro em época de Festival. Mas pelo menos temos um booom festival, que proporciona muito trabalho não só pra atores, mas envolve muita gente. Se as pessoas fossem mais ao teatro seria muito bacana e não só pra querer ver comédia, mas procurar outras propostas também. Mas vendo em comparação a antigamente, o crescimento do teatro e do cinema nacional foi gigantesco. Somos respeitados por vários outros países do mundo pelo nosso teatro, cinema e música.
Deve ser mesmo difícil crescer com o teatro se não tem muito patrocínio e ajuda né? :/
ResponderExcluirmas sempre tentaando!
E realmeente o cinema e teatro nacional cresceu muuuuuuuuitoo! e ta sendo muito reconhecido pelo nosso pais e por fora tbm! acho isso fantastico! é sempre bom dar valor pra o que a gente tem,né? *--*
Espero que o teatro cresça muito muuito maais!
E que a galera tenha um pouquinho mais de cultura...rs
O problema é os preços das entradas pra peça de teatro que acaba saindo mais caro que o cinema e a galera opta mais por ir num cinema...mas é dando valor que tudo creesce e fica mais fácil *--*
adorei o post Drikat!
beeijo!
Imagino a dificuldade do teatro sem patrocínio. Tem isso em tudo também, né?
ResponderExcluirMas ainda bem que tá melhorando!
Eu gosto muito de teatro, mas como disse a Giiga aqui em cima, o problema é mais os preços das entradas mesmo.
Beijos Dri,
muito boa a entrevista, como sempre! =)